Em 2017, o Centro de Pesquisas da Universidade de John Hopkins, localizada em Washington (EUA), analisou dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição daquele país. Tais dados oferecem informações sobre os hábitos saudáveis divididas por faixa etária em todo os Estados Unidos. O sedentarismo foi uma das coisas que mais chamaram a atenção.

Os pesquisadores se mostraram bastante preocupados com os resultados: os adolescentes de hoje estão tão sedentários quanto idosos entre 60 e 70 anos. Os dados foram analisados por dois anos e tiveram como base uma experiência em que os participantes usaram acelerômetros para medir o quanto eles se moviam durante a semana. Mais de 12 mil pessoas divididas em grupos com idades entre 6-11 anos, 12-19, 20-30 e 31-59 foram voluntárias.

Vida Moderna

E qual seria o motivo de tamanho sedentarismo?

Bem… até o senso comum sabe disso: a vida moderna. Tecnológica. O crescente interesse por eletrônicos e as inúmeras facilidades proporcionadas por aplicativos e aparelhos podem estar na causa de vários problemas não só físicos, mas também emocionais. Pela falta do hábito de se movimentar, praticar um exercício físico pode ser fonte até mesmo de estresse e frustração pelo simples fato de passar a exigir esforços cerebrais e físicos com os quais o corpo não está acostumado.

E como a frustração é um sentimento um tanto difícil de lidar na adolescência, quanto menos estímulo a criança e mais tarde o adolescente tem para se movimentar, mais difícil vai ser para que ele pratique atividades físicas no futuro. O ciclo se fecha: o sedentarismo físico leva ao emocional que leva ao físico.

Disfunção física

Um dos resultados do sedentarismo é a disfunção física. Pelo mau uso do corpo e o hábito de permanecer muito tempo em uma posição só, as pessoas tendem a desenvolver esse problema que se caracteriza basicamente por forçar o corpo a posturas para as quais ele não é biologicamente adaptado como andar com a cabeça para frente, manter ombros desalinhados ou sentar-se com o quadril torto.

Isso irá influenciar no funcionamento de todo o corpo. O bombeamento do sangue, a respiração, a troca de ar e de nutrientes, tudo estará comprometido sempre que o corpo estiver em uma posição “não programada” pela sua estrutura original.

O que fazer?

Os especialistas afirmam que obrigar uma criança ou um jovem a sair da frente do computador e a largar o celular para fazer atividade física pode ser fonte de conflitos e piorar ainda mais a situação. O ideal é sempre o diálogo e a negociação. Deixar claro o quanto movimentar-se é importante para a saúde física e emocional sempre ajuda.

Uma das formas de fazer isso é demonstrando na prática os problemas posturais com o seguinte exercício:

Coloque a criança ou adolescente de costas para uma parede. Antes de alinhar a posição, aponte o quanto o corpo está viciado na disfunção física, com uma postura incorreta como as características citadas acima: cabeça, ombros e pescoço para frente, tronco desalinhado, braços, mãos e pés fora de lugar.

Faça o alinhamento: pés para frente, calcanhares, cabeça e coluna retos com a parede, braços e pernas esticados, palmas das mãos viradas para as pernas. Mantenham juntos a posição por cinco minutos tentando relaxar os músculos.

Com a compreensão sobre os problemas de postura, esse pode ser o primeiro passo para um planejamento de exercícios para a semana. A orientação de um profissional para esse programa pode ser fundamental para se alcançar o melhor resultado e evitar lesões e machucados.

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