Meditação

Muitas pessoas acreditam que o ato de meditar é algo complexo e que requer uma prática específica, no entanto, é algo plenamente acessível, vai muito mais além da imagem idealizada. Antes de iniciar essa prática maravilhosa, descobri questões diferentes daquelas que são abordadas nas matérias midiáticas. Desconstruí tudo que eu pensava a respeito e logo a meditação se tornou um hábito.

Não é necessário abdicar das suas convicções se tem interesse em meditar, pois ela não precisa estar necessariamente ligada a uma religião.

Não é sobre pensar em “nada”. No primeiro estágio, começamos com a meditação respiratória, nos concentrando na sensação do ar entrando e saindo pelas narinas. A intenção é cessar as distrações e deixar nossa mente mais clara. Depois de familiarizado com o método você pode passar a meditar em um elemento virtuoso, por exemplo: nosso cotidiano ou as desvantagens do apego.

O silêncio não é o papel principal. Enquanto examina sua mente, irá compreender a agitação mental e terá que deixar o furacão de pensamentos passar sem dar atenção a eles. Não será proveitoso estar num local silencioso se você não conseguir acalmar os seus pensamentos, assim como você pode estar cercado de barulho e abstraí-los.

 

Onde devo fazer a prática da meditação?

Basicamente a meditação deve ser feita em qualquer local que lhe permita estar confortável e que não seja interrompido. Normalmente o ideal é um local que seja “seu” e onde possa repetidamente realizar a prática.

 

Como deve ser a postura física?

O mais importante de tudo é que consiga encontrar uma posição que lhe permita estar alerta e relaxado ao mesmo tempo. Nesse aspecto a minha sugestão é que use uma cadeira normal, que lhe permita manter as costas retas.

 

Algumas sugestões sobre a postura sentada:

  • Pés firmes no chão, paralelos aos ombros (ou, se preferir fazer no chão, com as pernas cruzadas);
  • Costas retas, sem forçar (pense em sentar-se numa “postura digna”);
  • Se sentir dificuldade em manter as costas retas poderá usar uma pequena almofada na parte de trás para endireitar a zona pélvica;
  • Caso queira, poderá encostar as costas na cadeira, mas procure não se recostar muito;
  • Ombros relaxados e para trás;
  • Mãos a repousar em cima das pernas ou no colo, uma em cima da outra (e não, não precisa fazer aquelas posturas estranhas com os dedos, chamadas de mudras);
  • Língua a repousar no palato e lábios ligeiramente semiabertos;
  • Olhos fechados ou semifechados;
  • Cabeça reta, (mais uma vez, lembrar-se da pose de dignidade).

 

Como devo meditar (postura mental)?

Existem várias coisas que sugiro que faça a cada vez que for meditar. A primeira é uma grande curiosidade, permitindo-se a si próprio explorar um “mundo novo” que pode encontrar dentro de si. Seguidamente é uma postura de abertura, de ser capaz de estar presente ao que quer que seja que encontre nessa exploração. Aliado à abertura encontra-se uma postura de aceitação, pois aquilo que encontrar pode tomar diversas formas, algumas mais agradáveis, outras mais desafiantes, sendo que o importante é manter-se capaz de observar isso, sem julgamentos. Por último, é muito benéfica uma postura de paciência e de gentileza para consigo, especialmente nos momentos em que possa pensar que “não está a conseguir” ou não sente “avanços” na sua prática.

 

O que devo vestir?

Tudo o que seja confortável e lhe deixe livre. Roupas apertadas não são indicadas e nem que sejam fontes de calor, como é o caso dos tecidos de lã. A menos que o clima esteja muito frio.

 

É importante a hora?

O mais importante é que seja um horário fixo e regular e não quando conveniente. A nossa sugestão é que reserve esse espaço na sua agenda, da mesma forma que reserva espaço para jantar ou tratar da sua higiene pessoal. Pense na meditação como “higiene mental e emocional”, da mesma forma que pensa em tomar banho como “higiene corporal”. Nesse sentido não importa muito a hora que faça desde que não se esqueça. Há pessoas que preferem de manhã, outras ao final do dia, outras no decorrer do dia. O mais indicado é ser logo pela manhã, pela simples razão de ser uma hora mais quieta do dia (se tiver filhos, a sugestão é levantar-se 20 minutos antes). Evite apenas a hora após o almoço, pois é muito propensa a estarmos sonolentos.

 

Posso mexer-me durante a prática?

O ideal é conseguir encontrar uma posição que lhe permita estar o mais tempo em quietude possível, evitando ao máximo mexer-se. Não fará mal nenhum se de vez em quando ajustar a sua posição, por exemplo, mas evite ao máximo fazê-lo ao mínimo sinal de desconforto. Se der por si com alguma sensação física de desconforto (ex. comichão), a sugestão é que resista de reagir as primeiras 3 tentativas e só depois, caso não consiga mesmo evitar mover-se, que o faça de uma forma consciente e presente.

 

Como consigo parar os meus pensamentos?      

Não tente parar, pois não é esse o objetivo da meditação. A mente pensa, assim como o coração bate ou o estômago digere. Tentar parar qualquer um deles revela-se uma tarefa extremamente frustrante. Sempre que se der conta de um pensamento, simplesmente note isso e volte gentilmente a colocar a atenção no objeto de foco dessa meditação (ex. respiração, corpo, etc.).

 

É importante registar algo depois da prática?

A minha sugestão é sim! Já imaginou como seria o trabalho de grandes cientistas se eles não tivessem um bloco para registar as suas explorações? Aqui é o mesmo, sendo que a exploração é interior. A sugestão é que no final de cada prática reserve uns  minutos para registar como a mesma ocorreu: sentimentos, descobertas, distrações, ideias etc. Verá que mais à frente se revelará uma ferramenta indispensável para traçar o seu progresso e perceber o quanto avançou. Nesse sentido, qualquer bloco ou caderno simples serve o propósito.

 

Ver para crer?

No caso da meditação é mais experimentar para crer. Por muito que lhe possam descrever uma maçã, a sua cor, forma, formato, sabor, textura, composição química, etc., apenas quando lhe damos uma mordida é que conseguimos realmente perceber o seu sabor. Com o Mindfulness acontece o mesmo. É preciso experimentar, treinar, testar, cultivar, permitir crescer. Não há má meditação, apenas estar presente ou ausente, consciente ou distraído. Não faça porque estou falando que funciona. Experimente por si e veja como faz a diferença. Faça de forma consistente e honesta e seja o juiz da sua própria experiência. Se lhe trouxer benefícios, experimente fazer mais tempo por dia. Se não fizer, experimente mais uns dias até que os “frutos” comecem a “amadurecer”.

 

Tenho mesmo que fazer todos os dias?

A meditação é uma prática e como qualquer outra precisa ser repetida de uma forma regular para ser aprendida e refinada. Mesmo que a experiência por vezes não seja agradável, o que a ciência mostra é que é os resultados são positivos. Tenho verificado que as pessoas que praticam pelo menos 3 vezes por semana têm resultados muito superiores (e estatisticamente significativos) diferentes daquelas que fazem apenas de vez em quando, Nesse sentido, não há má meditação e mesmo naqueles dias difíceis, acabam por se tornar os mais importantes. Se perder um dia, não deixe que isso seja a razão para deixar a meditação. Use como oportunidade para trabalhar a resiliência e força de vontade.

 

O que preciso fazer para começar?        

O ideal é ter o compromisso diário, da dedicação à prática, de cultivar e nutrir estas capacidades de uma forma gentil, com curiosidade, com paciência e sem julgamento. Acima de tudo mantenha abertura e curiosidade, permitindo-se surpreender com os frutos positivos que podem crescer desse cultivo interior! Ah… E não se esqueça de se divertir pelo caminho!

 

 um áudio guia de 10 minutos para você iniciar a prática meditativa.

 

 

Boa prática e um super abraço!

Lane Lucena | Viva Sua Essência

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Missão do Viva Sua Essência:
Despertar o autoconhecimento, autorrealização, transformação e superação.

Lane Lucena, apaixonada pela vida. Mãe da Maria Carolina, escritora, formada em gestão comercial, pós-graduada em comportamento organizacional e gestão de pessoas, especializações em psicopedagogia clínica e psicologia e saúde mental. Graduanda em psicanálise clínica. Idealizadora do Viva Sua Essência e Coach de Vida.