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Muito se fala sobre pró-atividade, autonomia, “pensar pela própria cabeça”. Mas já dizia Jung que todos nascemos originais e morremos cópia. Cercados pela mídia, pela cultura, pelos outros, fica cada vez mais difícil compreender o que fazer ou que atitude tomar. A miríade de rumos possíveis também não ajuda a estreitar o leque de opções. Tudo pode ser consumido, tudo tem seu preço.

Ou será que não?

A primeira coisa a ser considerada, aqui, são os seus VALORES. Sempre há aquilo do que não se está disposto a abrir mão. Talvez seja até difícil falar ou assumir isso para a sociedade. Se você preza sua liberdade, quem sabe ter filhos não seja uma opção – mesmo que seus pais vivam pedindo por um netinho. Se você quer morar sempre perto de sua família, um emprego maravilhoso noutra cidade pode trazer mais preocupação do que satisfação. Deixar um trabalho de aparente sucesso em prol de viver um ano sabático ou dar uma guinada na carreira pode ser aquilo que te deixará mais pleno.

A segunda coisa é a capacidade do suporte emocional às RUPTURAS. Pense sobre o que vai advir de cada decisão tomada e como você vai sofrer, mas vai aprender e crescer com ela. Analise se é algo com o que você possa lidar, e até que ponto. Entenda que os outros podem ter (e têm…!) expectativas sobre você e suas ações, mas a vida é sua, e as eventuais frustrações por ter feito algo ou não, serão seus e somente seus. Imagine-se no leito de morte e pensando sobre as atitudes que se arrepende de não ter tomado.

A terceira coisa, muito importante para que se saia do plano emocional para o plano das ações, é PLANEJAMENTO. E planejar é organizar-se com a certeza de que estão sendo cumpridas etapas em um tempo certo, sem ansiedade, em prol de um objetivo maior. Por isso é tão importante ter, primeiramente, claro em seu pensamento o ponto a se chegar e os passos para se seguir. E para aquelas ações em que seja apenas necessário dizer “não”, bom, isso também repercutirá, e é preciso preparar-se psicologicamente para essa repercussão. Muitas das rupturas pensadas acima incluem crises e perdas financeiras que devem ser fortemente consideradas, por isso o planejamento é tão importante.

Tais escolhas pensadas, conscientes, são fonte de autonomia (do grego αὐτόνομος, autonomos, união dos termos αὐτο-, auto-, “de si mesmo” + νόμος, nomos, “lei”, ou seja, “aquele que estabelece suas próprias leis”). É simplesmente a capacidade da auto-gestão com base em saber quais “leis” te regem. Muito diferente de Heteronomia – fazer o que os outros mandam; ou, ainda, do perigo da Anomia: a sensação de não ter ação, pois todo caminho soa inseguro e o ser passa a se desconhecer no seu contexto, uma perda da identidade. Justamente, quando se abre mão de si, por aparentemente não se saber nada de coisa nenhuma, é que a anomia passa a ser uma ameaça real.

As etapas que conduzem à autonomia são de simples avaliação, fios condutores para o nosso auto-conhecimento. E aí, frente a estes princípios, muita coisa deixa de ser opção, e assim, nos tornamos livres e tomamos responsabilidade sobre nossas escolhas. Elas deixam de ser fonte de discórdia ou vergonha, pois são reflexo imediato do mais profundo eu. Podemos ser, sim, cópias, somos cópia de tudo um pouco, somos um mar de influências, o que nos torna… Completamente únicos.

 

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