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O que você tem em casa diz muito do seu jeito de ser. Os utensílios que nos cercam acabam por ser reflexo do que somos. Particularmente, o armário – ou roupeiro, como dizemos aqui no sul – é mais especial, pois nele mantemos aquilo que consideramos digno de agregar ao nosso corpo, de nos proteger e de nos representar. Pense em uma camiseta com uma frase, ou uma cor preferida.

Por isso, meu armário é bem pequeno: tem duas portas, três gavetas, e tudo o que tenho de roupas está ali. Desde peças íntimas, pijamas, casacos. Apenas os calçados e bolsas ficam separados. Com o passar dos anos, optei por manter apenas as roupas que realmente gosto. Se tem alguma coisa que repuxa, que tem um detalhe que incomoda, ou que uso só pra deixar alguém feliz, esta peça não dura mais que um mês na minha companhia. Pode ser ‘nova’, não tem problema: alguém vai dar melhor uso do que eu.

Agora, imagine que a vida é um grande armário. Assim como quando vamos arrumar a casa, fazer aquela faxina dá um trabalhão. Faxinar-se a si mesmo, dá mais trabalho ainda. Mas o resultado é ainda mais surpreendente.

  1. Doe, distribua, ou ponha fora tudo aquilo que te faz mal. Algumas coisas, com o passar do tempo, passam a se transformar em fardos que insistimos em manter junto, a exemplo de um sapato que aperta, “mas ele foi tão caro quando comprei!”.
  2. Se estiver inseguro sobre algum objeto, guarde mais um pouco para uma avaliação futura. Isso se refere a uma insegurança em termos de sentimentos.
  3. Pense sobre o que este objeto simboliza na sua vida.
  4. Busque re-significar o sentimento que tem sobre ele. Esta é a parte mais importante, que vai fazer mudanças em você. Em vez de guardar algum desgosto ou rancor sobre ele, pense em gratidão. No início é bem difícil: por exemplo, imagine que você vai se desfazer de um vaso cafona que você ganhou, mas guarda até hoje com receio de que a pessoa vá visitar a sua casa e pergunte do tal vaso. O motivo que você guarda este objeto é medo. Doá-lo é ter a segurança de que você precisa, é caminho para auto-confiança, e a gratidão por esta oportunidade de crescimento deve ser o foco da re-significação.
  5. Pense no bem que este objeto fará a quem recebe-lo. E então, doe.
  6. Comece com objetos palpáveis, para pegar o jeito. Depois, passe a expurgar-se a si mesmo. Tudo o que acontece nos causa reações, e assim, vá descobrindo quais as suas características que não trazem crescimento a você: sentimentos e pensamentos que puxam para baixo e para pior. O exercício da re-significação pode ser aplicado a qualquer coisa.

No post da semana passada, falei sobre valores. É um bom começo para que você entenda o que deve ter prioridade na sua vida. O expurgo do eu é um processo em camadas em que cada ‘casca’ vai dando lugar a um ser mais brilhante e mais verdadeiro, consigo e com os outros.

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