É consenso na comunidade científica que a queima de combustíveis fósseis é a principal causa do efeito estufa no planeta. E também já se sabe que se não reduzirmos esse uso, em duas décadas teremos extrapolado o limite seguro para a temperatura global. O petróleo é a maior fonte de combustíveis fósseis e os veículos automotores estão entre os campeões na queima desses combustíveis. Uma das alternativas mais discutidas para garantir a mobilidade humana reduzindo os impactos ambientais é a adoção de carros elétricos.

Nas grandes cidades brasileiras, a frota de ônibus elétricos ou híbridos – que têm dois motores, um elétrico e um que usa combustível – já é uma realidade. Mas, em um país com uma frota de 43 milhões de veículos, isso ainda não é suficiente para melhorar definitivamente a qualidade do ar.

Mesmo assim, enquanto lugares como Europa e Estados Unidos já discutem a extinção completa de carros movidos a qualquer tipo de combustível, aqui as dúvidas ainda são muitas. Por isso, separamos para você três prós e três contras da compra de um carro elétrico no Brasil:

CONTRAS

Preço

Com uma política totalmente centrada na venda de petróleo como matéria-prima e a compra a altos preços de óleos, lubrificantes e combustíveis, o Brasil se recusa a olhar para a alternativa dos carros elétricos no seu mercado interno. Isso significa que os incentivos fiscais são quase nulos para que o consumidor consiga comprar um modelo desses. Para piorar, não há nenhum fabricante nacional ou com filial no Brasil que produza um veículo elétrico. Todos têm que ser importados. É por isso que eles não representam nem 1% da frota brasileira atualmente.

Fonte de energia

A geração de energia elétrica ainda não é uma questão bem resolvida no Brasil. É o argumento pelo aumento da demanda que produz aberrações como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte: um projeto que atingiu centenas de indígenas e ribeirinhos na Amazônia de maneira trágica e provocou um desastre ambiental irreversível de proporções planetárias.

Depois da hidrelétrica, a segunda opção do Brasil são as usinas nucleares, o que também mobiliza ambientalistas de todo o mundo pelos riscos humanitários e ambientais que esse tipo de produção de energia oferece. Portanto, a opção pelos carros elétricos ainda precisa ser mais amplamente discutida no Brasil.

Lítio

A principal matéria-prima usada para armazenamento de energia de baterias atualmente é o lítio. Esse produto precisa se retirado da natureza e suas maiores reservas estão na América Latina. Esse tipo de exploração ainda expõe os países dependentes economicamente em situação de vulnerabilidade diante dos mais poderosos, abrindo espaço para degradação ambiental e exploração de mão-de-obra. Além disso, quanto maior o interesse pelas reservas de um país, maiores serão as pressões políticas e econômicas sobre ele, aumentando a desigualdade social.

Outro ponto é a insegurança das baterias de lítio, que podem explodir enquanto recarregam ou mesmo durante o seu uso, como já aconteceram vários casos com celulares. A indústria tem trabalhado em projetos mais seguros. Embora hoje já sejam bem menores, os riscos ainda existem.

PRÓS

Ar Limpo

Seu aspirador de pó emite algum tipo de poluente? Pois então. Assim seria seu carro, se ele fosse elétrico: zero fumaça. Não há dúvidas de que a atmosfera da Terra seria enormemente mais saudável e limpa se não existissem mais carros movido a gasolina ou óleo diesel.

Reciclagem

As baterias de carros elétricos são 100% recicláveis, que não ocorre com as baterias usadas atualmente nos veículos a combustão. E além de ser possível reaproveitar algumas partes ou peças específicas, as baterias de carros elétricos podem, depois de descartadas dos automóveis, ser usadas por algum tempo ainda para outros fins, aumentando (e muito) a sua vida útil.

Silêncio

Quem já andou em um ônibus elétrico sabe: o barulho do motor é beeeeem menor. Dependendo do modelo e da velocidade, os carros elétricos são muito mais silenciosos do que os automóveis a combustão. Imagine uma cidade como São Paulo com bem menos barulho nas ruas.

Você tem alguma informação para contribuir com esse debate? Traz pra gente!