As pessoas que conhecem o trabalho e história de vida da pintora mexicana, ou que pelo menos já tenham ouvido falar, tem consciência da sua paixão. Pela vida. Por tudo. Sabemos que ela teve grandes amores e desamores, e que seu parceiro de vida, entre idas e vindas, foi o também pintor mexicano Diego Rivera. Para quem ainda não conhece: Frida Kahlo.

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Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón nasceu no dia 6 de julho de 1907 em Coyoacán, México.

Teve uma vida movimentada, em todos os sentidos.

Não se importava em adequar-se ao que a sociedade lhe exigia.

Vivia seus romances da maneira que lhe convinha.

Entregava-se com paixão àquilo que a que se propunha. Inclusive ao seu trabalho, neste em que ela teve de impor-se a todos para que o aceitassem.

Enfrentou desilusões amorosas e conflitos familiares, festejou com os amigos, impôs-se na política e na vida.

Inspirou pessoas à sua época e continua até hoje.

Teve seu coração partido, seu corpo, sua alma.

Mas seguiu, com garra, como todas nós.

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Aos 18 anos sofreu um grave acidente. Foi em setembro de 1925, o ônibus em que Frida e seu noivo Alejandro Arias estavam colidiu com um trem. Uma barra de ferro atravessou seu abdômen, a coluna vertebral e a pélvis. Resultado: não pôde levar nenhuma de suas tentativas de gravidez até o final.

Quando nos deparamos com histórias de grandes mulheres, as admiramos, inspiramo-nos, e no mais das vezes, também esquecemo-nos de nós. Também somos grandes. Também somos mulheres fortes. Também temos as nossas histórias. Ou não encontramos dificuldades na família? Dia a dia não temos de enfrentar a sociedade? É fácil ser mulher? Não. Porém é dolorosamente satisfatório permanecer de pé quando nos empurram para baixo. Não por eles, mas por nós.

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Cena do filme “Frida”. É uma produção estadunidense, de 2002. Baseado no livro de Hayden Herrera, retrata a vida da pintora mexicana Frida Kahlo.

E sim.. as coisas do coração. Dizem-nos que somos frágeis, mas temos de driblar o que sentimos com aquilo em que acreditamos. Ensinam-nos que devemos seguir respeitando e respeitando e respeitando.. até o dia quem que nos damos conta que devemos ser respeitadas. Temos os nossos limites, e mesmo com toda paixão que nos arde, repensamos. E nos cabe repensar quantas vezes forem necessárias para nos sentirmos seguras. Com alguém, sem alguém.

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Frida e Diego Rivera. Viveram uma relação conflituosa. Ele, 21 anos mais velho. A traiu diversas vezes, atém mesmo com a irmã Cristina. Ela também manteve relações paralelas, homens e mulheres, inclusive com o revolucionário russo León Trotski.

Frida Kahlo quis seu espaço com o seu trabalho.

Amou com paixão.

Fez-se ser ouvida.

Quebrou padrões.

E isso tudo não a salvou de sofrer em vida, por ser mulher.

Somos todas Frida Kahlo, algumas com a sorte do amor apaixonado (correspondido ou não), e as que não, ao menos carregam a paixão em si (ou o amor). Carregamos (?)

“Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?” KAHLO, Frida.

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Frida Kahlo pinta sua morte. A pintora sempre quis expor suas obras em seu país de origem, oportunidade que ocorreu 12 dias antes de sua morte. Apareceu no evento carregada em cima de sua cama, pois se encontrava ainda mais fragilizada de saúde. Na madrugada de 13 de julho de 1954, Frida, com 47 anos, foi encontrada morta em seu leito. Em seu diário deixou as últimas palavras: “Espero alegre a minha partida – e espero não retornar nunca mais.”