Desde que nascemos várias caixinhas nos são apresentadas. Essas caixinhas contêm temas e previsibilidade de comportamento social que nos são inerentes ou que aparentemente deveriam ser, como uma questão de imposição social, elas podem ser divididas entre o que nos é permitido ou não. Aquilo que nos cabe ou não. Aquilo que nos interessa ou não.

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Com o passar do tempo, vamos nos conhecendo melhor e interagindo de forma mais proveitosa com essas caixinhas. Ao menos, grande parte de nós. E buscamos aprofundarmos naquilo que mais nos chama atenção, esquecendo ou ignorando a existência de outras caixinhas, que talvez, se déssemos a devida atenção, também nos importariam. Talvez, por exemplo, compreenderíamos melhor que certas caixinhas que nos entregaram quando nascemos não cabem em nós, ou nós não cabemos nelas, e que isso não é saudável. Quem sabe percebamos que podemos criar as nossas próprias caixinhas, e que está tudo bem. É um universo de caixinhas dentro de outro universo, que somos nós.

Este site é destinado principalmente para pessoas que buscam informações concernentes à saúde, e vez ou outra se topa com assuntos que fogem a este tema, como feminismo, por exemplo, através de textos sobre relacionamentos abusivos, maternidade, a visão de mundo pela perspectiva da mulher e etc. As pessoas não esperam por isso quando estão vasculhando a caixinha da saúde. Talvez não relacionem estas circunstâncias a estilo e qualidade de vida. Essa relação pode e deve ser discutida em outro momento, mas a questão aqui é que há uma mistura de caixinhas, ou então a surpresa do encontro com uma caixinha nova, o que pode gerar várias reações, como “Ei, eu não pedi por isso, não quero” até “opa, interessante saber sobre isso, vou pesquisar mais” e tudo bem para todas, porque de qualquer forma, é uma caixinha nova, que pode ser ativada ou não, dependendo de você, de todos nós. Talvez a caixinha não seja tão nova assim, apenas agregue naquela que você já tem ou a desperte.

Devemos estar confortáveis com as nossas caixinhas, caso contrário algo deve ser mudado, como dar possibilidade a novas caixinhas. E entender também que as pessoas são diferentes, logo suas caixinhas também são, e isto é ótimo, uma mistura de caixinhas que podem conviver harmonicamente. Importantíssimo respeitar a própria, assim como a alheia.

Essa coluna é uma caixinha diferente no meio de outras, que teve como objetivo desde o início, despertar as pessoas de fora do mundo dos assuntos dessa caixinha, para que então possam surpreender-se e escolher entre ativar ou não, agregar ou não com sua nova/antiga caixinha. Quis servir como um experimento diferente a pessoas que talvez não fossem, por diversos motivos, se deparar com o que tem nessa caixinha.

Não sabemos quanto tempo ela vai durar, mas sim que seu conteúdo já disposto permanecerá para quem cruzar com ele e se interessar. E que bons frutos já renderam para vários universos de caixinhas, o que deixa esta aqui mais iluminada, flutuante e envaidecida.

Nós podemos dar oportunidades durante toda a nossa vida a novas caixinhas, podemos ter boas surpresas pelo caminho ou nem tanto. Assim como podemos viver confortavelmente com aquelas que já temos, com as quais já sentimos intimidade. Mas buscar sempre não sentirmo-nos convencionalmente presos aquilo que nos foi entregue quando nascemos. Conhecermos-nos sempre vai ser a melhor saída para nossas melhores decisões, para as nossas melhores caixinhas. Não precisamos carregar aquilo que é pesado. Podemos abraçar aquilo que faz bem. A caixinha que serve para mim pode não servir para você, e tudo bem, universo dentro do universo, lembra?  Além do que, às vezes sair de dentro da(s) própria(s) caixinha(s), nem que seja por um instante, rompe e (re)inicia várias ciclos. Enfim, elas estão por aí espalhadas, uma infinitude de caixinhas. E a escolha é nossa.

Hoje abri a caixinha das caixinhas, para sempre que possível e/ou necessário, eu possa refletir sobre elas. Fica a sugestão.