Olá você,

já acessou alguma rede social hoje?

Rede social é um grupo de pessoas que tem algum nível de relação ou interesse mútuo. Ou simplesmente: site de relacionamento. Mídia social é um espaço de exposição de conteúdo, sem necessariamente gerar o relacionamento direto entre indivíduos. Movimento Social é uma expressão da sociedade civil, que age de forma coletiva no intuito de diminuir ou acabar com a exclusão e garantir a inclusão social. Pode-se dizer, que atualmente, rede, mídia e movimentos sociais se fundiram. Tudo está interligado.

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Como função precípua das redes sociais, as pessoas deveriam relacionar-se em modo online, mantendo alguma ligação e/ou interesse em comum. No entanto, ocorre que as mídias sociais ocuparam espaço entre as redes, e agora, os interesses não estão tão em comum assim. Há uma enxurrada de informações todos os dias nos cercando e que surgem de todos os lados. Pois por mais que não sigamos determinadas mídias, elas nos chegam a partir de pessoas com as quais estamos relacionados pelas redes sociais. Além da fusão destas duas últimas, há ainda a incorporação dos movimentos sociais, que passaram a interagir também no nível dinâmico e moderno. Disto, que poderia proporcionar pluralidade saudável de sentidos, ideologias, discussões e emoções, resulta em conflitos tempestuosos, que variam entre os níveis level e hard.

Estes espaços foram tomando proporções maiores e a interação seguiu convergindo no mesmo sentido, aumentando a expressividade de compartilhamentos em todos os âmbitos, e esta fusão de redes, mídias, movimentos, pessoas, ideologias e discussões, transformou, sobretudo a internet, num grande poço de eliminações de opinião própria. Uma espécie de diário público.

É neste meio em que se desenvolvem ondas de solidariedade, ao mesmo tempo em que de ódio. As proporções são similares e significativas, e podem atingir a vida do indivíduo diretamente, pois quando esta fusão ocorre, resultados objetivados podem ser concretizados. Se estes resultados são “bons” ou “ruins” depende de onde você se encontra neste meio. As redes, que englobaram as mídias e os movimentos sociais, todas enquanto relação social, estão inseridas em certa corrente esta que pode impregnar-se pelo poder, pelo conflito, bem como pelas possibilidades de reciprocidade e de compartilhamento. Alternando entre estes pólos. Diante destas tendências antagônicas do social e as possibilidades ou não de autonomia dos sujeitos sociais, regressamos à tecla do equilíbrio, como atingi-lo? Isto é possível? [1]

Então colega de vida, como você se comportou no mundo virtual hoje? Com relação às mídias foi de acordo com o seu movimento social (percebido ou não)? Você é do tipo que prefere dialogar ou já desistiu? Quais tipos de sentimento você descarrega na rede? Acha que tem contribuído de alguma maneira ou utiliza mais como uma válvula de escape? Utiliza a rede como um site de relacionamento ou já se sente atingido pelas mídias? Aprendeu sobre movimentos? Acha que aprendeu algo? Acredita já ter ferido alguém? Nunca pensou sobre isso? Às vezes se sente como se estivesse apenas seguindo a grande onda? Quem sabe imagina que está alheio a tudo? Faria algo para mudar? Consegue identificar e sabe o que é intolerância? É complexo sim, ninguém disse que a coisa toda seria fácil. Deixem-me lhes dizer algo: as redes sociais tornaram-se mecanismo de relevância política, e caso possuam alguma rede social, estão vivendo a própria política, estão em meio à correnteza.

Em nossa sociedade moderna, dias após dias nascem e desenvolvem-se enigmas, se criam e se recriam, transfigurando-se em diferentes círculos e níveis de relações sociais. A globalização das questões sociais como resultado de um conjunto, e dentro dele as redes, mídias e movimentos. Ideologias e utopias. E a ideia de modificar alguma coisa para que nada se transforme[2]. Há uma série de contradições sociais abertas e encobertas que seguem no tecido social e que imperceptivelmente contribuem para a sociedade do futuro. A atuação das redes sociais no individual e coletivo é realidade, e a forma como está sendo conduzida revela muito do cidadão por trás das citadas redes. Revela muito de todos nós enquanto grupo. É aquela fala batida de que se estamos bem ou mal, todos estão. Em estágios variados, mas a essência, o centro, o meio, a corrente, são os mesmos. Todos fazem parte deste mundo, tudo isso aqui é responsabilidade nossa também, não dá pra despejar simplesmente no grande poço. É algo forte, mas caso você concorde pode ser também transformador.

Este aqui vai ser mais um texto por aí pela internet, e as intenções por trás dele são boas. Aqui não há ofensividades, imposições, tampouco verdades absolutas. Há apenas uma proposta de reflexão em meio a tanto barulho e confusão. A vida está para além do que pensamos e sabemos, e do que pensamos que sabemos. Podemos ser diferentes, está tudo bem nisso, e também podemos mudar. Reinventar-nos. Permanecer como estamos. Apenas conscientes de que temos responsabilidades conosco, com o outro, e com o que nos rodeia. Quando nascemos, a importância da nossa existência se limita apenas a nós mesmos? E quando nos vamos? Nós deixamos marcas por aqui, podemos optar sobre quais deixar.

Luz, e o que mais de positivo desejarem!

Gratidão!

[1] GOHN, Maria da Glória. Teorias sobre os movimentos sociais: o debate contemporâneo. Unicamp/CNPq Acesso em: < https://www.sbsociologia.com.br/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=2356&Itemid=171 >

[2] IANNI, Octavio. Dialética das relações raciais. Estud. av. vol.18 no.50 São Paulo Jan./Apr. 2004. Acesso em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000100003 >