Alguns anos atrás um amigo indicou que eu fizesse meu mapa astral como forma de autoconhecimento e compreensão da minha personalidade. Pessoalmente, eu nunca acreditei em horóscopo, mas achei muito interessante a leitura da influência de alguns planetas e das suas características quase que arquetípicas na minha vida.
Só que para fazer um mapa é necessário ter acesso ao horário e local exato que a pessoa nasceu. Sem isso é impossível saber como estava o céu naquela hora.
Corta.
Nessa semana eu tive contato com um artigo do Kris Kresser que me remeteu ao mapa natal. Kris abordou a questão do Hologenoma (nunca havia ouvido esse termo). O Hologenoma agrega a informação genética e a microbiota presente em um indivíduo. Nessa perspectiva é interessante considerar e pensar em epigenética e nutrigenômica como forma de modulação dele. E, assim ampliar o enfoque causa-efeito, o oposto da hipermedicalização instantânea proposta pela medicina ocidental contemporânea.
Voltando…
A correlação de um mapa astral com o hologonemona na verdade é uma metáfora. Poucos pais conversam com seus filhos sobre o local que eles nasceram e sob quais condições (desde a saúde dos pais na época da concepção, da alimentação da mãe, se os pais tiveram que lidar com situações de estresse durante a gestação, se o ambiente que o bebê se desenvolveu era poluído), o tipo de parto, se o bebê foi amamentado, como foi sua alimentação nos primeiros seis meses de vida, e depois na infância.
Geralmente ninguém sabe. Geralmente nenhum médico pergunta.
Muitos pais se preocupam em deixar fotos fofas tiradas mês-a-mês. Agora parece que isso é moda nas redes sociais. Porém, vejo pouco (ou quase nada) sobre deixar um “mapa da vida”, com detalhamento de acontecimentos importantes que podem e certamente vão modular o hologenoma e a vida dessas pessoas.
Se hoje eu tivesse um filho, ou uma filha, certamente faria esse mapa: um tutorial aberto pudesse lhe trazer respostas sobre desafios que ele encontraria no futuro. Enquanto isso, eu ainda sigo minerando informações para o meu 🙂