“Eu assisti algumas Constelações Familiares em grupo e até fui representante. Mas fiquei inseguro de constelar, pois o cliente e suas histórias familiares ficaram muito expostas na Constelação em grupo. E ainda tenho medo do que pode surgir na Constelação, talvez coisas que me deixem mais triste!” Foi isto que o João me respondeu, quando o questionei sobre o motivo da sua insegurança em Constelar.
O receio de se expor demais e do que pode vir às claras numa Constelação não é exclusividade do João. Muitas pessoas desistem por estes motivos.
Quando comecei a trabalhar com as Constelações ocorreu algo que mudou meu modo de conduzir a Constelação, a favor de preservar a intimidade dos meus clientes.
Eu estava constelando um amigo querido, até que percebi algo na Constelação dele e o questionei: “Houve um aborto aqui?” e ele respondeu “Não!”
Insisti algumas vezes na pergunta e ele insistiu com o “Não!”. Assim, eu disse que seria um segredo. Daí ele, muito constrangido, me disse que realmente era um segredo, mas de outra pessoa (e por isto não queria revelar). Portanto, sim, houvera um aborto ali. Foi uma situação muito constrangedora para mim e para ele. Do modo como eu trabalho hoje, revelar este segredo seria irrelevante para o bom resultado, mesmo por que nem sempre o cliente conhece os segredos de família.
Uma prova simples de como é possível ter excelentes resultados sem expor o cliente a perguntas constrangedoras é citar as Constelações Familiares em uma frase. Nelas, Bert Hellinger, não perguntava nada para o cliente e nem oferecia explicações. Ele apenas pedia para o cliente fechar olhos, imaginar uma pessoa na sua frente e dizer mentalmente, uma frase para ela e era tudo.
Além disto, nem sempre o cliente conhece os fatos que ele está emaranhado e mesmo assim, é possível trabalhar isto na Constelação. Costumo dizer que se pensar e obter explicações resolvessem, ninguém teria problemas não resolvidos. Do mesmo modo que podemos estar emaranhados inconscientemente com fatos e pessoas que nem conhecemos, podemos acessar tudo isto, e “desemaranhar” tudo sem esclarecimentos minunciosos destes fatos.
Assim, fui sendo inspirada a desenvolver meu próprio método para atender online meus clientes individualmente. Eu ainda uso a técnica clássica com os bonecos, mas apenas como apoio. Como primeira opção, é o próprio cliente quem entra em contato com o seu campo familiar (como representante) e com as emoções que estão envolvidas ali. Mas, para garantir que será um bom representante, não revelo quem ele está representando.
Trabalho de um modo intuitivo e não costumo revelar para o cliente o que se passou na Constelação, pois, para faze-lo com precisão, eu precisaria fazer perguntas como aquela que constrangeu o meu amigo. Estas perguntas serviriam para dar explicações do que ocorreu na família, mas são irrelevantes para a solução e os bons resultados do meu trabalho. Atuo focada no bem estar do meu cliente e não em explicações. E aí, até brinco, que “se saber das fofocas familiares resolvesse, ninguém teria problemas no mundo, rsss…”
Assim, tranquilizei o João de que seus segredos e os segredos da sua família estariam seguros, ainda que a Constelação Familiar os acessasse e os trabalhasse na medida do bem maior do seu sistema familiar. E este desapego às explicações apenas colaboram para os incríveis resultados que meus clientes relatam, a começar pelo profundo sentimento de leveza que experimentam logo após Constelar.
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Um carinhoso abraço
Lara Silva