O Juiz Sami Storch tinha a sensação de “enxugar gelo”, pois quando as partes de um processo não chegavam a um acordo, ele tinha que decidir por uma sentença arbitrária. Assim, uma das partes acabava descordando da sentença e iniciando um novo processo. Ou seja, a sentença do Juiz não acabava com o conflito entre as pessoas e o sofrimento era perpetuado.
Por causa disto, ele resolveu testar em sua Comarca, qual o efeito da Constelação Familiar sobre os processos. Clique aqui e veja o resultado na reportagem completa exibida pelo Fantástico em maio de 2017.
Como você pode assistir, com o uso da Constelação Familiar, o percentual de acordos judiciais subiu para quase 100%. E como mostrado, as pessoas envolvidas encontraram um novo ponto de equilíbrio para iniciar uma relação com mais paz e respeito mútuo. Este é o efeito da transformação que ocorre no coração das pessoas consteladas, que se abrem para um movimento novo, para algo muito melhor!
Hoje, a Constelação Familiar já é usada para iniciar a solução de conflitos na Justiça em pelo menos 11 Estados Brasileiros (Goiás, São Paulo, Rondônia, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas e Amapá) e no Distrito Federal.
A juíza Wilka Vilela Domingues (de Pernambuco) também ficava incomodada com a multiplicação de processos de uma mesma família nas Varas de Família e Registro Civil:
“Resolvemos uma ação, mas depois surgem outras que resultam em mais conflitos, e os feitos se eternizam e com eles o sofrimento da família. Então, temos que trabalhar a raiz da questão, descobrir o que na verdade vem provocando tantas divergências. É preciso buscar a reconciliação de uma forma mais profunda e efetiva, trabalhando o emocional das pessoas e a Constelação Familiar tem se mostrado eficaz em outros estados brasileiros. A consequência direta para os Tribunais é que a partir do momento que conseguimos realizar um número maior de conciliações desafogamos cada vez mais o Judiciário”, ressaltou. Veja a reportagem completa aqui.
Para o Juiz Yulli Roter, de Alagoas, a Constelação Familiar é um instrumento que pode melhorar ainda mais os resultados das sessões de conciliação, abrindo espaço para uma Justiça mais humana e eficiente na pacificação dos conflitos. “A gente toca coisas profundas, as pessoas vivenciam uma emoção muito forte. É importante que nós, juízes, tenhamos uma visão mais humana, porque o objetivo não é solucionar processos, mas solucionar conflitos entre as pessoas”, destacou o magistrado.
Um dos casos que chamou a atenção do Juiz Yulli Roter foi a briga entre irmãos por conta de uma dívida. Segundo o magistrado, o processo que um impetrou contra o outro não foi pela dívida em si, mas pela mágoa por uma situação vivida entre eles. A dívida teria sido apenas um pretexto. “Um ficou magoado com o outro por uma situação e já existia essa dívida, mas após o acontecido, um deles foi cobrar a dívida e levou um não do irmão. Por isso, entrou na justiça para que a dívida fosse paga. Com o método, não só conseguimos reatar a relação fraternal entre eles, como também que a dívida fosse perdoada”, contou. Veja reportagem completa aqui.
Para o desembargador Domingos de Araújo Lima Neto, do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NJUS), o Judiciário não deve se preocupar apenas com as demandas, mas principalmente com as pessoas. Segundo ele, a Constelação Familiar “é algo ainda recente que queremos expandir na Justiça de Alagoas. Esse modelo já é usado na Bahia, no Pará e em outros estados e vem obtendo resultados positivos”, observou. Veja reportagem completa aqui.
A desembargadora Clarice Claudino reconhece em reportagem do TJMT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso) “[…] os resultados magníficos que esta técnica vem trazendo no cenário Jurídico […]” e por isto, propõe a expansão deste trabalho no Mato Grosso. Veja reportagem completa aqui.
Em 2015, o TJGO (Tribunal de Justiça de Goiás) foi premiado com o V Prêmio Conciliar é Legal pela mediação baseada na Constelação Familiar. A prática também recebeu menção honrosa no XI Prêmio Innovare (2014), concedido pelo Instituto Innovare. Desde abril de 2013, o TJGO já atendeu 256 famílias de Goiânia e região em conflitos de divórcio, pensão alimentícia, guarda dos filhos e regulamentação de visitas. De acordo com o juiz Paulo César Alves das Neves, o índice de solução é de aproximadamente 94% das demandas.
O juiz afirma que, além de reduzir o número de ações judiciais, a prática também minimiza a possibilidade de novas divergências nos casos já tratados, permite manter os laços afetivos dessas famílias e reduzir a possibilidade de sofrimento, principalmente de crianças e adolescentes. Segundo Neves, há casos que se resolvem na primeira sessão, mas o número de atendimentos vai depender do grau de ressentimento e mágoa dos envolvidos. Veja aqui a reportagem completa aqui.
Continuamos no próximo post…
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Lara Silva