Uma das pessoas que conheci ao longo da minha caminhada foi Claúdia Rocha, que hoje mora em Brasília, mas é mineira. Cláudia mudou sua vida radicalmente e está se especializando em confeitaria sem glúten: “Acredito que o meu futuro seja produzir alimentos para pessoas com dietas restritivas, para o consumo de pessoas sensíveis.Pretendo continuar estudando e pesquisando nessa linha de imunidade e alimentação“.
Segue uma entrevista <3
1. Conte um pouco como começou a sua relação com a alimentação.
Claúdia – Me formei em Ciências Biológicas em 2006, e sou apaixonada pela biologia e pela vida. Como nasci em uma cidade muito pequena, no interior de Minas Gerais, não tive grandes oportunidades de seguir pesquisando sobre ciências. Entrei para o Banco do Brasil através de um concurso público e acabei deixando de lado a biologia. Pedi transferência para Brasília buscando melhores posições dentro da empresa. Em 2012, já em Brasília, comecei a me preocupar mais com a minha alimentação, já que convivia com a restrição ao leite desde os 20 anos de idade, por causa de enxaquecas e problemas intestinais. Procurei um nutricionista, que até então não tive condições de pagar, e esse me alertou sobre o glúten e seus problemas. Desde então comecei a pesquisar a respeito, seguir pessoas no Instagram, participar de grupos no Facebook até comprar o Barriga de Trigo, de William Davis. Esse livro foi um choque pra mim, porque eu entendi perfeitamente a mensagem que ele quis passar, já estava habituada à linguagem que ele usa, por causa da biologia. Desde então não como mais glúten.
2. E, seu projeto de confeitaria sem glúten…
Claúdia – Depois de tanto ler sobre comida (e sempre tive uma paixão por cozinha!) resolvi cursar Gastronomia, já que o banco não tinha nada a ver comigo (lógico!). Dentro do curso me apaixonei pela confeitaria e, claro, por preparos sem glúten. Já no início escolhi um nutricionista como orientador para o TCC, mesmo sabendo dos conflitos de ideias que eu enfrentaria, pois as atuais condutas nutricionais não correspondem ao que eu considero que seja realmente saudável, mesmo sendo totalmente leiga no assunto. Apesar disso, considero que foi uma excelente escolha. Desenvolvi o projeto do bolo de chocolate sem glúten e foi um sucesso, estatisticamente aceito pela maioria dos provadores que participaram da pesquisa.
3. Como tem sido seu caminho em busca de saúde, e quais os desafios que tem passado
Claúdia – A partir do Barriga de Trigo caí em alguns grupos de alimentação Paleo e me identifiquei demais com o estilo de vida. Sigo até hoje, com alguns desafios maiores que os iniciais, pois descobri em março que tenho tireoidite de Hashimoto, causada por erros no sistema imunológico que começa a produzir anticorpos contra a própria tireóide. Vários estudos atuais levam a crer que o glúten é o principal gatilho para essa produção de anticorpos que atacam o próprio corpo. O intuito de evitar glúten para melhorar a qualidade vida hoje mudou para manter a estabilidade da doença. O desafio inicial cresceu porque alguns outros alimentos também podem ser coadjuvantes do glúten para ativar a produção de anticorpos, então hoje minha alimentação é um pouco mais restrita.