Sempre fui uma pessoa que gosta da ideia da geração de conteúdo relevante (quando esse termo, por exemplo, acho que ainda nem existia em termos midiáticos). O tal “inventar moda”. Tive vários inícios de blogs, mas sempre achava lacunas formativas nas quais me esconder. Então, dê-lhe estudar; resultado: cérebro bulímico. Vem a fase de tal assunto, daí é aquela loucura, estudo, filmes, leituras mil, e chega a hora de vomitar tudo, seja num TCC, numa dissertação, numa palestra… E volta o vazio. Tempo de começar fase nova.
Pronto: virei colunista.
E com isso, toda uma exposição, não necessariamente da pessoa (“eu”), mas dos pensamentos. Gente que vem me perguntar “o que eu quis dizer com tal coisa?”, quando eu achava que havia sido bem explícita. Ou, no mínimo, clara o suficiente para me fazer entender. Até porque não tenho hábito de usar entrelinhas. Às vezes, quem vem perguntar quer saber se, na verdade, eu havia ‘querido dizer algo além’ do que eu disse, quando na verdade… O que eu disse está dito, e é aquilo mesmo. Se achei interessante tal texto, pode vir um “Interessante, como? Você na verdade achou ruim, e está chamando de interessante para não ficar feio?” Não. Eu achei interessante. Me despertou interesse e vou ler mais a respeito. Ah, essas distorções. Cada um lê o que foi escrito e ressignifica com a sua cabeça. E isso me consome, esse pensamento de que cada cabeça é um universo, e nunca, nunca, vou conseguir sacar totalmente uma outra pessoa. Pode ser um filho, ou o melhor amigo, um irmão gêmeo. Nunca.
Só que, aqui no Medictando, temos muitos colaboradores – o que traz muitas possibilidades de ressignificações. Desta interação, surgiu uma necessidade e nasceram as Bases de Diálogo do Medictando, que foram ontem ao ar, elaboradas por mim e pelo Rafael Reinehr. Trata-se de um documento que está em constante adaptação e aprimoramento, enfim, não tem a mínima pretensão de ser algo estanque; apenas, como diz o nome, são bases comuns. Alguns norteadores e uma pequena descrição, curta, objetiva, sem margens tortas de interpretação. É o que diz ser; é o que é. Sem rodeios, nem blablableios.
Mas e você, o que te consome? Esperamos que todos – inclusive você, leitor desta coluna! – conheça nossas Bases do Diálogo e veja se fazem sentido para você. Ela pode ajudar a dar um caminho para aquilo que você pretende resolver. Pode levar o intuito destas bases para a sua vida, aplicando no seu lar e no seu trabalho.
Afinal, ressignificando bem, que mal tem?