Existe algo sobre a yoga que faz com que pensamos nela como uma prática para o resto da vida; de alguma maneira sabemos que podemos continuar melhorando nós mesmo através da yoga para o resto da vida, sem ter um final. Talvez isso esteja relacionado com a origem da yoga, que vem das tradições orientais. As raízes ancestrais da yoga tornam seus praticantes mais conscientes de muitas coisas.
Por exemplo, se um instrutor de yoga disse para você que guardamos muitas emoções na região dos nosso quadris, talvez nem pensamos em perguntar para ele o que isso significa e como ele sabe disso. Mas se um médico nos dissesse a mesma coisa, talvez a primeira coisa que perguntaríamos para ele é como pode ter tanta certeza disso?
A seguir, propomos pensarmos os exercícios físicos da mesma maneira que pensamos a yoga.
Motivação interna X Objetivos externos
Para muitas pessoas, praticar yoga tem muito a ver com os objetivos mentais e emocionais, além de objetivos físicos. A yoga encoraja a pessoa a se manter presente, prestar atenção na sua respiração e a ficar centrado no seu eu. A yoga promove exercícios tanto para a mente quanto para o corpo. Basicamente quem faz yoga é porque quer fazer yoga. Simples assim.
Em contraste, quando vamos praticar exercícios normalmente não o fazemos porque queremos nos exercitar mas sim, por outro motivo. A maioria das pessoas vai até a academia para ver mudanças estéticas e performáticas no seu corpo (e isso acaba se tornando a sua principal meta). Além disso, pensa-se nas aplicações das mudanças do seu corpo: melhora seu desempenho ao subir as escadas, carregar mais peso, tem mais resistência para brincar com as crianças. Raramente alguém quer melhorar seu condicionamento físico buscando apenas ser melhor nisso. Colocar metas em objetivos externos ao invés de aproveitar a experiência interna de se exercitar, faz com que a musculação se torne mais como uma tarefa – um passo que deve ser alcançado para chegarmos onde queremos – ao invés de ser uma experiência que se recompensa por si só. Não há nada de errado em possuir objetivos externos, mas você precisa gostar da atividade física que faz. Assim como quem pratica yoga o faz porque quer praticar, vá até a academia porque quer ir, não porque você é obrigado.
“Malhar até morrer”
A yoga encoraja seus praticantes a conhecer os limites do seu corpo ao realizar as poses, para que ninguém se machuque e nem vá além dos limites. Por outro lado, muitas pessoas vem a academia como algo que você deve forçar tanto até chegar ao ponto de vomitar. A mídia, o marketing e o folclore esportivo nos fazem acreditar que se um exercício não nos faz quase desmaiar de tanto esforço, é porque ele não é o suficiente. Além disso ser totalmente mentira, acaba tornando a ideia de malhar algo chato e desmotivacional.
Atinja seus objetivos e mantenha seus ganhos
Se o seu objetivo é ficar mais forte, proteger suas articulações, manter a perda de gordura, construir massa magra, aumentar a sua mobilidade e melhorar seu sistema cardiovascular, então a consistência de exercícios é muito mais importante à longo prazo do que curto. Malhar um horror e depois desistir não é o ideal. Adotar a vida fitness como um hábito vital – e contínuo – não irá te proteger apenas das coisas que podem te machucar. Também irá te deixar mais perto dos seus objetivos e irá te ajudar a manter os resultados pelos quais você trabalhou tanto.
Praticar, praticar, praticar
Pare de olhar para o exercício físico como algo que não seja uma prática. Em primeiro lugar, quando olhamos para algo como uma prática, perdemos aquela mania de querer fazer aquilo perfeito. Não fazer as coisas certo é parte do processo, melhora nosso corpo. Pensar que você precisa fazer algo de maneira perfeita é ruim porque se você falha, acaba não se motivando tanto para continuar. Muitas pessoas acham que exercício físico é sobre ser excelente em tudo. E não é.
Quando pensamos que alguma coisa é pura e simples prática, se torna legal e divertido. Se exercitar é praticar a mesma coisa um zilhão de vezes e continuar fazendo aquilo para sempre melhorar – e não para ser perfeito. Portanto, pense em exercícios como se pensa sobre yoga. Faça porque você quer, com força de vontade e amor.