Muitas vezes, a gente come com o cérebro. Isso acontece quando somos acometidos pela chamada “fome emocional”. Ou seja: o ato de comer não está exatamente ligado a uma necessidade fisiológica de um corpo que está precisando de alimento e energia para a execução de suas atividades e a manutenção da sua saúde.

A fome emocional acontece quando nos encontramos em uma situação difícil, sob pressão e estresse e o cérebro começa a apelar em busca de alguma coisa que vá aliviar a barra. Seus alarmes a procura de satisfação, por mínima que seja, disparam. Como não tem como largar tudo e ir para a praia, deixar o trabalho de lado e maratonar aquela série favorita, trazer um ente querido de volta ou evitar que a pessoa amada vá embora, a estratégia é usar o que tem de mais viável, próximo e rápido. E isso pode ser comer.

Armadilha: comer mal

Acontece que esse não é um comer qualquer. É aquele desejo súbito e às vezes incontrolável por um bolo de chocolate ou por um x-tudão. A gente tá lá, se debulhando em lágrimas pelo amor perdido, mas abraçado num bacião de brigadeiro de colher. Clássica a cena.

Nessa hora, o poder de decisão fica reduzido e é por isso que, mesmo estando de dieta ou sabendo que gordura e açúcar não estão entre as opções mais saudáveis e nutritivas, fica muito difícil evitar a tentação, já que a necessidade é de aliviar um sofrimento e não criar outro.

No entanto, isso se torna uma grande armadilha. Além dos efeitos visíveis dessa alimentação puramente instintiva como ganho de peso, aumento do colesterol, das taxas de açúcar no sangue e até o desenvolvimento de várias doenças sérias, a fome emocional vai provocar vários problemas no funcionamento do organismo como um todo.

Saúde em jogo

Primeiro porque essa satisfação que o cérebro busca com a ingestão de alimentos geralmente mais gordurosos e doces é falsa. A “felicidade” desaparece quase que instantaneamente ao passo que as substâncias ainda estão sendo digeridas pelo corpo. Daí a necessidade de comer mais e mais e mais e, dependendo do caso, desenvolver até mesmo uma compulsão alimentar.

Além de serem substâncias mais difíceis de digerir, quando se está sob estresse ou em estado de alerta, todos os processos digestivos ficam mais lentos. Uma quantidade menor de músculos digestivos é acionada e o aparelho digestivo está com menos suco gástrico, já que o corpo precisa distribuir sua energia para enfrentar todas as outras questões ligadas ao estresse. O metabolismo reduz, resultando em uma absorção bastante reduzida de nutrientes que já são pobres nos alimentos intuitivamente escolhidos em momentos de tensão.

Mas, comer bem, pode!

Se comer é a única saída, nem tudo está perdido. Esse pequeno prazer pode, sim, estar presente nos momentos desafiadores e isso ajuda muito. Basta acrescentarmos uma pequena dose de consciência na escolha do que comer, buscando itens com uma carga nutricional melhor. Há alimentos inclusive que trabalham no controle de níveis de ansiedade porque ajudam a regular as substâncias cerebrais responsáveis pelas alterações de humor.

Nozes, abacaxi, berinjela, aveia, abacate, banana, óleo de oliva, vinagre de arroz, temperos como salsa, tomilho e manjericão são alguns dos ingredientes que podem estar presentes em receitas básicas a serem consumidas durante a fome emocional. Entre as bebidas quentes, o chá de urtiga pode substituir o café e ajudar a melhorar o humor, assim como outras ervas já clássicas pelos efeitos calmantes como camomila, capim limão e melissa.

Sugestões?

E você? Como você lida com a sua fome emocional? Se quiser compartilhar conosco, nossa caixa de comentários é sua! Busque aquela receita de família ou a dica do seu médico ou nutricionista e nos ajude a driblar essas armadilhas causadas pelo estresse.