Essa é uma época difícil para pais e filhos, pois houve uma enorme mudança na natureza da infância nesses últimos dez ou vinte anos. Com a nova realidade econômica os pais precisam trabalhar mais do que nas gerações passadas para sustentar a família, e isso significa menos tempo livre para estar com os filhos. Muitos pais também buscam um trabalho melhor, em outros locais, e por consequência vivem longe dos parentes. O que se pode perceber por essa mudança é que as crianças passam menos tempo brincando com outras crianças, e mais tempo em frente a uma tela, seja de um computador, celular ou tablet.
Mas ao longo de toda a história da humanidade, foi com os pais, parentes, vizinhos e brincando com outras crianças que a criança aprendeu técnicas emocionais e sociais básicas. Hoje, os conselhos que a sabedoria popular dá aos pais não mencionam o mundo das emoções. Eles se fundamentam em teorias educativas que abordam o mau comportamento infantil, mas não dão importância aos sentimentos que estão por trás desse mau comportamento.
Para se educar bem um filho, o intelecto não basta e na última década a ciência descobriu muita coisa sobre o papel da emoção na nossa vida. Os pesquisadores verificaram que a percepção emocional e a capacidade de lidar com os sentimentos determinam o sucesso e a felicidade da pessoa em todos os setores da vida, inclusive nas relações familiares.
Para os pais, isso que muitos estão chamando de “inteligência emocional” significa perceber os sentimentos dos filhos, validarem esses sentimentos e ser capaz de compreendê-los, tranquilizá-los e guiá-los. Para os filhos, que aprendem com seus pais como funciona a emoção, inteligência emocional envolve a capacidade de controlar os impulsos, adiar a gratificação, motivar-se, interpretar as insinuações da sociedade e lidar com os altos e baixos da vida.
“A família é nossa primeira escola de aprendizado emocional” – Daniel Goleman