Muitas pessoas confundem o afeto com o mimo e o medo de mimar demais um filho deixa muitos pais sem saber o que fazer e passíveis de cometer certos erros.
Crianças nascem como livros em branco, prontas para serem preenchidas com amor, carinho, empatia e criatividade ou com birras, manhas e preconceitos. Sabemos que cada um tem o seu temperamento, mas ainda acredito muito no poder de uma boa educação. De uma educação gentil e firme ao mesmo tempo. Acredito numa educação que coloca a criança em primeiro lugar, mas nunca como senhora da casa. Crianças aprendem através do exemplo e não a partir do que falamos para elas.
Dar afeto, atenção e carinho são parte essencial da relação entre pais e filhos. A criança, desde que nasce, precisa se sentir amada para poder existir plenamente no mundo. Só assim ela vai adquirir uma identidade, um sentido de mundo, só assim ela vai aprender sobre o amor e vai poder repassar esse sentimento também. Criança precisa de troca, criança precisa de atenção, criança precisa de carinho. Não é mimo pegar o bebê no colo, quando ele está chorando, atender o choro, na verdade não atender a esse choro é o que traz prejuízos. Dar afeto é sentar no chão e brincar com o filho, é se preocupar com os sentimentos dele, mas sem dar o que está pedindo se não for algo possível, e tentar de qualquer forma acolher o sentimento. Afeto, colo e carinho não mimam criança.
Afinal, o que é, então, mimar? O mimo é a bajulação, a tentativa, muitas vezes, frustrada dos pais, de darem ao filho até o que não podem e fazerem todas as suas vontades. É colocar o filho em posição superior, onde todas as vontades serão realizadas.
Ou seja, colo, atenção, carinho, amor, não é mimo, é exemplo, que as crianças vão seguir com a confiança de que são amadas, importantes, que seus sentimentos serão sempre acolhidos. É ser presente, dedicar o seu tempo, e não compensar o tempo com presentes.
No próximo texto trarei alguns exemplos de como a ausência de afeto contribui para dificuldades no desenvolvimento infantil.