Obra de Ivam Amanajás

 

Ter voz

É muito comum ouvirmos que para ser um bom profissional, ter voz no mercado ou mesmo no ambiente familiar e social é necessário, como diz a expressão, “se impor”. A cultura de pessoas falantes com vozes graves ou intensidades fortes, muitas das vezes estridentes é comum e reflexo deste tipo de pensamento que muitas vezes proporcionam o resultado contrário ao objetivo de se incorporar ao ambiente e ao meio social.

Este tipo de ação geralmente sufoca ou mesmo inibe o interlocutor e não atinge o outro no âmbito de uma comunicação saudável e efetiva. Assim, podemos entender exatamente o contrário: que uma pessoa que ocupa todos os espaços de uma conversa com longos discursos, de forma impositiva, são pessoas inseguras, possivelmente com conteúdos fracos que são compensados com a intensidade forte da fala a fim de intimidar seu interlocutor a ponto de diminuí-lo e assim poder se sobressair. Uma atitude pouco nobre que finda numa relação de poder sobre o outro e não de interação, além de grande falta de empatia.

Lidando com os silêncios

Observa-se também, neste perfil de pessoa, a incapacidade em lidar com seu vazio, o seu silêncio. É neste lugar que se cria o espaço para suas percepções pessoais que estas pessoas não suportam ouvir e preferem ocupar com qualquer conteúdo, mesmo que desnecessário. Os mais tímidos e quietos, neste caso, são mais autônomos e responsáveis. Apreensivos com o tamanho barulho de um falante se retraem na timidez e no medo, porém dão conta de aprimorar a comunicação ao outro e aos seus vazios. O mais importante nesse perfil é o fato deles também terem a capacidade de lidar com a comunicação sensível que só se observa quando não se supervaloriza o verbo.

Além da voz

A comunicação sensível compreende em toda a linguagem além da voz que a pessoa desenvolve com o seu Corpo Vocal perante ao outro como ações, movimentos musculares, expressões e, por que não, seus pensamentos como também toda a coerência dessa comunicação sensível com o conteúdo verbal que se está dizendo.

É necessário grande autoconhecimento para aprimorar esta comunicação, pois é muito fácil cair em ciclos viciosos que maus hábitos nos direcionam, nosso inconsciente nos encaminha para diversos condicionamentos e estes são escancarados exatamente na comunicação sensível.

Se conheça e se observe gentilmente para achar a melhor forma de se comunicar!

Grande abraço!!