Costumava explorar cada pedaço de céu com imaginação. Estrelas, árvores e gravetos lhe eram interessantes. Pés descalços e riso fácil, quase sempre de mãos dadas com a coragem. Solta, feliz e falante, essa era (é) a minha criança.
Em algum lugar dentro do seu peito mora uma criança, que você também pode chamar de sua.
Gostaria de convidá-lo (a) em uma breve frase mental a relembrar como ela era. Talvez tímida e magrinha. Talvez serelepe e enérgica. Como era? Olhar para ela vai te levar ao centro de sua própria essência.
Sua criança quer te contar muitas coisas, e com ela está a cura e a resposta de conflitos que moram no adulto que você se tornou.
Fernando Pessoa, em um trecho de poema diz:
A criança que fui chora na estrada. Deixei-a ali quando vim a ser quem sou; Mas hoje, vendo que o que sou e nada, Quero ir buscar quem fui onde ficou.
As obrigações da vida adulta com todo o pacote de formalidade que criamos, vêm apagando o colorido da alma que possuímos. O adulto que nos tornamos pede constantemente para essa criança ficar quietinha, para essa criança parar de sonhar. Jogamos nossa espontaneidade em um buraco e esquecemos de buscar.
E céus, porque mesmo paramos de brincar?
Quando foi que deixamos a vida tão séria? Quantos choros a nossa criança continua engolindo? Quanta dureza em nosso semblante?
Música bem-vinda dentro dessa reflexão :
E tenho uma coisa para contar, dia desses reencontrei a minha criança, e ela disse que estava todo esse tempo a me esperar. Ouvi coisas fundamentais, ela lembrou quem sou e a que vim. Pude ver novamente a coragem e a imaginação.
O que você pode ver em sua criança?
O propósito de sua existência está com ela, e informações incríveis ela carrega sobre a sua essência que talvez tenha perdido ao longo do caminho. Você verá que seu verdadeiro ser virá à tona.
Um resgate lindo dentro da própria existência. Onde está a sua criança ?
Quando encontrar o teu ser pequeno, encontrará grande parte de você.