Brincadeiras infantis envolvem tantos fatores importantes que seus resultados permanecerão para o resto da vida. Quanto mais chances temos de explorar o corpo, o espaço, a mente e as emoções, maiores serão nossas estratégias na vida adulta para lidar com as situações da vida. Sem contar, é claro, que uma infância feliz não tem preço. Cada brincadeira oferece benefícios específicos que muita vezes a gente nem imagina. Veja quatro exemplos:
Esconder e achar – onde está a mamãe? Achou! Essa é uma das brincadeiras favoritas das crianças na primeiríssima infância, durante os primeiros meses de vida. Além de ser divertido e de ajudar nos laços afetivos entre mães, pais e filhos, essa brincadeira ajuda na formação do raciocínio do bebê. Até os seis meses, se tirarmos um objeto da frente da criança ou se nos escondermos atrás de um pano, o bebê acreditará que a coisa realmente sumiu, deixou de existir. Com a prática, a repetição e principalmente a observação, ela vai aprendendo que pode procurar e que vai encontrar o objeto. Ao mesmo tempo, sentimentos como confiança nos pais e mães e autoconfiança também se desenvolvem durante o esconde-acha.
Amarelinha – quase que dá pra dizer que são infinitos os benefícios de brincadeiras como a amarelinha. Eles atuam nas áreas física, motora, mental e emocional. Atirar a pedrinha no local certo exige uma propriocepção cada vez mais aguçada, com controle da força, da velocidade e cálculo da profundidade. Só o pular já é um exercício ótimo, que estimula a coordenação motora, a força muscular e o equilíbrio. Pular em uma perna só, então, é um refinamento de tudo isso, principalmente para crianças. De acordo com especialistas no assunto, está entre as atividades mais complexas para o corpo humano. A alternância entre as pernas é também um ótimo complemento. A brincadeira exige ainda outras funções como controle para não pisar na linha, estratégias para chegar ao final do jogo, começar e recomeçar a cada erro, sucessos e fracassos a cada tentativa.
Pular corda – atividade que inclusive é praticada em academias e treinos, pular corda pode ser apenas uma das brincadeiras mais divertidas para as crianças. Mas além de ser um grande exercício físico que estimula reflexos, equilíbrio e coordenação motora, também pode ser usada como uma grande ferramenta cognitiva. As musiquinhas que normalmente acompanham a brincadeira exigem ritmo, concentração e raciocínio. Muitas delas envolvem sequências de números ou até mesmo conta, que exige resposta lógica e rápida.
Eletrônicos – assunto que costuma assustar pais, mães e educadores, o medo dos eletrônicos pode ser puro fruto do senso comum. Até a Associação Estadunidense de Pediatria já recuou na questão e retirou os limites de tempo e idade para que crianças usem tablets, celulares e televisão entre as suas brincadeiras. A questão está em como usá-los em benefício do desenvolvimento. Já há evidências científicas sobre o quanto jogos como videogames podem ser extremamente benéficos para o cérebro, inclusive levando os usuários a criar caminhos neuronais desde muito cedo bastante semelhantes aos dos cientistas, com o aprimoramento do raciocínio lógico, o desenvolvimento rápido de estratégias e inúmeras outras habilidades que sem os eletrônicos demoravam mais para aparecer entre as crianças. A neurocientista Daphne Bavelier foi uma das pesquisadoras que publicou um dos estudos mais revolucionários neste sentido em 2004.
Ou seja, desenvolvimento saudável não é só físico. A ginástica tem que ser cerebral e emocional também. Você tem alguma ideia de como unir tudo isso em uma brincadeira? Traz pra gente conhecer!