Hoje trago um daqueles textos perdidos nas pastas virtuais e que fez e faz muito sentido para mim, espero que para vocês também: que há de amor em sua vida e que amor é esse que nos move?

 

Um amor chamado liberdade.
Uma busca: ter liberdade para ser amor.

 

Cada um encontra/produz momentos de epifania quando pode/quer.

Nos colocarmos à disposição de nosso próprio desenvolvimento e cuidado, em um mundo que nos cobra por números e resultados, é desafiante e não menos importante. Estar conectado com você, com o combustível que te faz acordar em manhãs geladas e batalhar por seus sonhos enquanto a cama te convoca para mais cinco minutinhos, é precioso e extremamente necessário – nada me incomoda mais que uma vida vazia de sentidos, especialmente quando estes ora são impostos ora são precarizados pelas relações.

 

Ser-amor é para mim, há muito, desafio e missão.

Ora é um POR QUE EU AINDA INSISTO?, ora é PORQUE EU AINDA INSISTO.

A linha é tênue, meus caros. Um vento mais forte e nossos questionamentos ganham mais do que uma interrogação – especialmente quando não nos agarramos e entendemos nossos movimentos.

 

Créditos: Pixabay/Hans-2

 

 

Ser-amor quando nossos sentimentos são invalidados pelos pares dói, quando nossos afetos são considerados menores, machuca; mas quem define a força do nosso querer, quem tem poder, quem nós, eu ou (e) você, definimos como detentores de nossas próprias conquistas, (des)caminhos, resistências?

Demora, demora muito para que compreendamos que podemos tomar posse, em determinada medida, de nossas ações, de que as epifanias façam mais sentido nosso movimento que para a solução de problemas alheios, que pensemos em nós mesmos para estarmos preparados ao encontro do(s) Outro(s); e não é porque demora ou possa soar difícil que se deve parar ou desistir.

 

Sou-amor exatamente por insistir, por teimar nessa crença que todos somos capazes de ser-amor e sendo amor de nos libertarmos daquilo que outros possam dizer ser mais ou menos amável.

Um amor chamado liberdade.
Uma busca: ter liberdade para ser amor.

 

Mas o amor não é só esse cultivo de ações que empenhamos a nós mesmos, ele está em nossas buscas coletivas também, nas palavras que deixamos de dizer para não ferir o outro, naquela respirada funda (aquela mesma!) e no encontro de palavras mais agridoces para temperar o que precisamos dizer (há momentos em que até a acidez tem doçura). Ele está na atenção solicitada pelo professor, na busca de um produto específico pelo vendedor, no pedido de desculpas pelo esbarrão dado na rua.

Podemos chamar de educação, podemos chamar de hábito, mas sem amor não dá pra viver. Sem tesão também, diriam muitos, mas sem concretizar ações em busca de algo que deixe o mundo mais leve e com mais sentido não dá, nunca deu. Buscamos sentido para tudo que nos cerca, essa é a mágica que nos constitui “humanos” e faz da humanidade algo possível e os laços que nos conectam estão para além do que entendemos comum, ele está naquilo que desejamos comum e cá entre nós eu não vejo o amor como algo distante disso: querer ser comum ao outro.

 

Liberdade para sermos amor é liberdade para sermos quem somos, cultivando a nós mesmos e as relações – com amigos, vizinhos, trabalho. Colocar afeto, e aqui já podemos tomar as liberdades de colocar todos os bons afetos, nos aproxima, nos melhora. E se vier com café, melhor ainda.”