Entendo que a ditadura midiática do um só mundo linear-globalizado
da estética única
que estereotipa ante à interação as pessoas,
tornando-as indivíduos-objeto de consumo fácil
de prateleira, sem atrito,
conferindo as mesmas narrativas e comportamentos passíveis de serem pré-julgados,
embora ainda ostensivo,
já não é mais hegemônico, como acabou se tornando na segunda metade do século 20.
Da “loira-fatal” ao “hippie-maconheiro”, desconstruir as distâncias do vazio interacional vem se transformando cada vez mais
um fenômeno societal mundos (des)humanos afora na medida que novos imaginários sociais antes inimagináveis
vêm mudando o modo
de captura-renderização do outro
(seja esse outro quem for)
do “broadcast” para “socialcast”, ou seja, da mensagem única-editada de (um para muitos) , para a de (muitos para muitos)
e isso, na base do um-para-um (p2p) livre, leve e solto.
Em outras palavras,
do copyright para o copyleft,
da patente para a inovação aberta,
da especialização-reprodutiva para a diversificação-experimentativa
da ensinagem para a livre-aprendizagem ……
Não importa, pois para onde você levantar o dedo para sentir o vento,
o perceberá vindo de muitas direções,
tomando muitos sentidos.
que maravilha, não ?
Sim, os muros de Berlim institucionais
do um só mundo macroeconômico dicotomicamente preto & branco
já está com sua secularidade catapultada
por uma molecularidade que vai além das curtidas, compartilhamentos ou retuitadas nas mídias sociais:
já somos cognitivamente pós-digitais, só ainda não nos demos conta disso …..
Sabe a sociedade de classes-castas-top-down-que-fomos-escolarizados-para-reproduzir ?
perdeu, mano,
não resistiu a porosidade das muitas camadas ” por entre ” que já é o dia-a-dia da sua vida,
melhor dizendo,
muitas vidas.
mas (e tem sempre um mas)
ainda resiste sim,
logo aí na sua mente antissocializada (no todo ou em parte) impregnada por memes estéticos
que te fazem consumir dietas, remédios e….
juventude que desafia a gravidade e o tempo.
Corpos perfeitos, genitálias mais ainda, onde o design simétrico a la #bauhaus (turbinado por cirurgias plásticas), não suporta o obsceno do imperfeito
de narizes avantajados, orelhas desproporcionais ou estrias insuportavelmente localizadas, não é mesmo ?
É por isso que intervenções artísticas coletivas como a da #great_wall_of_vagina cuja exposição veio a público durante o Brighton Fringe Festival em 2011
onde 400 mulheres em idades diversas se voluntariaram para ter suas vaginas modeladas por um material plástico atóxico especial
não só são um indicativo de que existem outros emergentes imaginários acerca da estética do corpo ( e sexo),
como, de fato,
à revelia do campo de força cultural do conservadorismo hipócrita machista religioso ou não,
estamos nos (re)descobrindo como pessoas,
pessoas de carne e osso magnificamente imprecisas, desajustadas e imperfeitas …..
daí que mais-que-inspirados fica o convite
leitora do medictando
caso por alguma conjunção inesperada qualquer houvesse interesse para materializar esta instigante intervenção artística aqui no Brasil,
vocês topariam, assim mesmo,
de pernas bem abertas para o novo ?
O bem-estar fica muito limitado se apenas medido com a régua da perfeição. Nada contra a boa alimentação , meditação, esportes e outras atitudes saudáveis. Isso no faz muito bem. Conheço, porém, pessoas bonitas, que já estão em ótima forma física, mas transmitem a sensação de que sempre está faltando alguma coisa.
Mas o bom disso tudo é que estamos desconstruindo molecularmente este entendimento platoniano de mundo … estamos nos percebendo cada vez mais humanamente imperfeitos.