Quando Reinehr, o dotô anarquista mais medictando que conheço, convidou de joelhos este que vos escreve para compartilhar humanas andanças, perspectivas & narrativas por aqui, pensei cá com os meus botões …
” hummmm ….. taí uma boa (e até saudável vai…) oportunidade para ser o mais sujo e politicamente incorreto possível, colocar finalmente o Bukowski no chinelo ! ”
E incorreto em alta octanagem, repleto de sentidos pouco ou nada explorados nas suas cores, cheiros, gostos e …… claro, …. estranhezas.
” e mais, sem espaço para a naftalina mais que vencida do facebug … ! ” – arrematei, s i n a p t i c a m e n t e.
Pois falar daquilo que intestinalmente nos faz ser h u m a n o, é, antes de tudo, reconhecer que se trata de um poderoso porém ainda inacreditavelmente nascente fenômeno empático, interativista e socializante de uma outra civilização que estamos molecular & paulatinamente nos tornando …. não tem nada a ver com o DNA que nos define como sendo da mesma espécie.
sorry Darwin.
É só parar para pensar o quanto de barreiras, muros, paredes, cercas e grades criamos enquanto nos espalhávamos frágeis & nômades por este planeta para perceber o quanto ainda somos alienígenas entre nós mesmos ….
Bem, bora abrir os trabalhos ?
Transnístria é uma região do leste europeu que oficialmente ainda pertence à Moldávia, mas que, no entanto em 1990, com a ajuda do poderio militar dos russos e cossacos, declarou unilateralmente sua “ independência ” … a tensão, porém, ainda permanece.
Prensado entre a Romênia e a Ucrânia, o país de pouco mais de meio de milhão de habitantes é conhecido como * República Moldava da Transnístria *, é a única das ex Repúblicas Socialistas da extinta União Soviética que, além de manter na sua bandeira o martelo e a clave, na capital Tiraspol, na praça em frente ao parlamento, tem uma enorme estátua do Lenin extremamente bem preservada …
São basicamente exportadores de conhaque, armas e mão-de-obra, sendo que suas cidades são formadas por clãs patriarcais religiosos (ou não) diferenciados por tatuagens cuja cultura comunitária possui na institucionalização de uma educação guerreadora sua maior característica com códigos sociais rígidos, fechados, para não dizer criminosamente mafiosos …. no entanto, paradoxalmente, desejam ser anexados pela Rússia de Putin … !
É, neste sentido, faz até algum sentido.
Feita essa necessária pequena introdução contextual colei abaixo o link de um trecho lúdico de uma produção cinematográfica italiana chamada EDUCAZIONE SIBERIANA de 2013 estrelada por John Malkovich baseada no livro autobiográfico de mesmo título do Nicolai Lilin …. que nos conta as memórias da sua infância e juventude como membro do clã dos Urkas conhecidos como siberianos …
A rigor o filme em si não possui nada de excepcional, mas choca ao compartilhar modos & costumes de uma cultura societal hierarquizada, extremamente violenta e duplamente congelada no tempo.
Onde a “escolarização” comunitária de muitas formas medievalizada ainda persiste a existir em plena segunda década do século 21 aparentemente não tendo espaço para a celebração à vida, só a constante defesa de uma morte eminente …. e “em nome de Deus”.
Algo que nem mesmo Huxley poderia conceber como * bravo mundo novo* … !
Contando os dias pra ler o próximo texto desta coluna.
A cena da fitinha é excepcional sim! ahahah não conhecia esta biorregião, olha só que legal este documentário curto sobre https://www.youtube.com/watch?v=u0I404gXbNg
já este que vos responde não conhecia o documentário … ! aliás, sensacional ! grato por compartilhar =)